Honeywell se prepara para mexer no crescimento da aviação latina

As esperanças da aviação executiva para os famosos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) foram de certa forma abaladas por destinos econômicos variados envolvendo todos do grupo, mas eles continuam a ser foco de otimismo no longo prazo. Na próxima edição do Global Business Aviation Forecast, publicação anual da Honeywell Aerospace, a ser divulgada na mostra NBAA em outubro, a gigante da indústria se coloca entre os otimistas e parece confirmar uma continuação no crescimento do mercado latino-americano.

A última previsão para os sistemas eletrônicos, motores e sistemas de cabine de passageiros, feita em outubro de 2012, indicou que 39 por cento dos operadores latino-americanos tinham planos de adquirir novos jatos nos próximos cinco anos (um aumento de sete pontos em 2011). Foi previsto pela Honeywell que quase 70 por cento das compras planejadas da região seriam feitas nos três anos seguintes (ou seja, até o final de 2015). Projetou-se que 688 novas aeronaves seriam adquiridas por operadores latino-americanos ao longo de um período de cinco anos.

Na previsão de 2012, os analistas da Honeywell esperavam que a América Latina representasse 18 por cento da demanda mundial para a aviação executiva nos próximos cinco anos. É exatamente o que equivale ao muitíssimo mais maduro mercado europeu, e também mais que a região do sudeste asiático (7 por cento) e o Oriente Médio e África (5 por cento) juntos.

Segundo Mike Rowley, vice-presidente de vendas para a aviação executiva e geral da Honeywell Aerospace, a posição diferente da empresa em fornecer equipamento para a produção atual de jatos executivos a deixa bem colocada para capitalizar com o aumento de pedidos antecipados. Dos fabricantes de aeronave exibindo aqui na LABACE, a Honeywell (estande 1004) forneceu sistemas à Airbus Corporate Jets, Boeing Business Jets, Bombardier, Cessna, Dassault, Embraer, Gulfstream, Beechcraft e Pilatus.

A conexão da Honeywell com a fabricante brasileira Embraer é especialmente forte, como foi demonstrado pelo fato de que seus novos jatos Legacy 450 e 500 são alimentados por motores HTF 7500E de 6.540 libras de empuxo. O sistema de gerenciamento da cabine de passageiros Ovation Select da empresa é equipamento padrão em todos os jatos atuais da Embraer. Seus sistemas eletrônicos Primus Epic e PlaneView têm tido impacto significativo no cockpit de muitas aeronaves executivas.

A divisão de espaço aéreo da Honeywell tem cerca de 50 funcionários no Brasil e a maioria deles tem base na matriz da Embraer em São José dos Campos. A empresa está pronta para nomear um segundo gerente de vendas para aviação executiva e geral para dar apoio aos esforços de pós-vendas na América Latina, tendo anteriormente adicionado um representante de vendas regionais para seus produtos Bendix King. A presença do grupo no gerenciamento da região foi reforçada ainda mais no mês passado com a designação de Benjamin Driggs como o novo presidente da Honeywell Brasil; sua base será São Paulo.

Segundo Rowley, melhorias no sistema são outra parte chave das ambições de pós-venda da Honeywell na América Latina. A empresa estima que já existam 2.800 aeronaves executivas com motor a turbina na região, e 300 atualmente têm vários sistemas eletrônicos fornecidos pelas empresas Honeywell e legacy, tais como Bendix King e Sperry, que os operadores podem ver a chance de modernizar.

Outra oportunidade de melhoria é apresentada pela popular aeronave utilitária Cessna Caravan, que pode ser reequipada com um turbopropulsor Honeywell 1.100-hp TPE331-12JR. Esta central promete 30 por cento a mais de energia, enquanto reduz a queima de combustível em cerca de quatro galões por hora e os custos operacionais em $40 por hora de voo.

As vendas e suporte da Honeywell na América Latina são atualmente fornecidas através de uma rede de negociadores autorizados, em sua maioria afiliados com os consumidores (ou seja, os fabricantes de aeronaves) e mais alguns independentes. Rowley disse à AIN que o próximo passo no desenvolvimento do suporte ao consumidor para a região provavelmente será a Embraer cumprindo sua ambição declarada de estabelecer um centro de serviços em motores próprio da fábrica em suas instalações em Gavião Peixoto no Brasil.

Por toda a América Latina, Rowley indicou que a demanda da aviação executiva flutua consideravelmente com bolsões de crescimento de Mercado focados em lugares como Cidade do México (onde a Honeywell tem um representante de vendas) e a capital argentina, Buenos Aires. Em anos recentes, Tem havido um aumento na demanda por helicóteros na região do Rio de Janeiro, boa parte devido ao boom da exploração de gás e petróleo na costa brasileira.